O patrimônio fluminense e a cultura popular perderam uma de suas maiores defensoras, Amélia Zaluar, autora do livro “A Casa da Flor – tudo caquinho transformado em beleza” e criadora e diretora do Instituto Cultural Casa da Flor, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos. Pesquisadora da arte popular, ela faleceu no último dia 20 de janeiro. Em 2012, por ocasião da abertura da II Semana Fluminense do Patrimônio (SFP), em Cabo Frio, Amélia brindou o público com sua presença, juntamente com Valdevir, sobrinho de Gabriel Joaquim dos Santos, que criou a Casa da Flor, ministrando a palestra “Os 100 anos da Casa da Flor em São Pedro da Aldeia e 25 anos do Instituto Cultural Casa da Flor”, completados naquele ano. Ela abordou o esforço comunitário pela preservação da Casa da Flor, tombada pelo Inepac. A equipe da Semana Fluminense do Patrimônio lamenta também a perda de Bonino Vicente José Goulart, o “Doque da Prainha”, mestre da cultura popular fluminense, falecido em outubro de 2020.
No evento, Amélia Zaluar ressaltou a importância do bem e defendeu o apoio financeiro para sua conservação. A luta da autora pela preservação da Casa da Flor, tombada pelo Iphan em 2016, foi determinante para a sua preservação e divulgação. Também participante da Semana, Bonino Vicente José Guorlart, o “Doque da Prainha”, praticou ao longo da vida a pesca tradicional em Arraial do Cabo, mas nos últimos anos se dedicava ao ofício de confeccionar redes de pesca.
“Doque da Prainha” e outros mestres da região tiveram o seu trabalho reconhecido e projetado durante a II SFP. Foi a partir do esforço de Paulo Sérgio Barreto, sociólogo que concebeu o projeto Mestres Sabedores da Cultura Popular inventariando o ofício de vários mestres da região – pescadores, quilombolas, maricultores, rezadeiras, rendeiras, artesãos, trabalhadores do sal, seresteiros e membros de folguedos. O trabalho resultou na criação, anos depois, do Circuito dos mestres sabedores da cultura popular da Região dos Lagos. Nossas homenagens à Amélia e ao Mestre Doque!!!!