Mapa Cultural de Madureira – Rio de Janeiro:  Um Olhar sobre a Educação Patrimonial e a Preservação do Bairro Negro

Mapa Cultural de Madureira – Rio de Janeiro: Um Olhar sobre a Educação Patrimonial e a Preservação do Bairro Negro

Por Alyne Fernanda Cardoso Reis*, Arquiteta e Urbanista, Me. Patrimônio, Cultura e Sociedade – UFRRJ e Doutoranda em Urbanismo – UFBA 

 

Figura 1 – Jongo da Serrinha na Feira das Iabas. Fonte: autora, 2023.

Madureira, é um dos bairros que compõem o subúrbio do Rio de Janeiro, composto de história, memória e patrimônios culturais. Durante o século XIX, seu território compreendia a Fazenda Campinho, pertencente ao arrendário e boiadeiro – Lourenço Madureira. No qual, durante o processo da abolição da escravatura houve o declínio da produção dessas terras, entretanto, para além da força de trabalho em que escravizados foram submetidos, marcam o território com sua cultura trazida em diáspora e a presença da sua identidade na formação social de nosso país. 

O bairro negro é o lugar onde parte dessas memórias são encontradas, seja na arquitetura, nas expressões culturais, no saber fazer, entre outros. Estes patrimônios culturais podem ser encontrados até os dias atuais no bairro, como o Samba – bairro possui as duas tradicionais Escolas do Carnaval Carioca –Portela e Império Serrano, o Mercadão de Madureira, o Jongo da Serrinha, a Feira das Iabas, entre outros patrimônios culturais. 

E como seria se a História do Bairro de Madureira, os Patrimônios Culturais e a memória estivessem ao alcance de todas as pessoas e presente em um Mapa Cultural?

Os Patrimônios Culturais constroem um âmbito de pertencimento com o território que está inserido. O Mapa Cultural de Madureira permite além da sua localização geográfica, a capacidade de estabelecer informações e dados respectivos a cada patrimônio cultural. É possível reunir em um único local, o estado de preservação do patrimônio cultural, conhecer a sua história, por exemplo, identificar de que forma e se estão sendo realizado as festas e celebrações, etc.  

A cartografia é um método de valorização tanto dos territórios quanto das pessoas que neles vivem, promovendo o senso de pertencimento. O uso do mapa como ferramenta de Educação Patrimonial estimula a reflexão sobre a tecnologia aplicada no processo de ensino e no dia-a-dia. Assim, o mapa se torna um instrumento que possibilita à sociedade se reconectar com seu território por meio de memórias e lembranças associadas a lugares, além de valorizar os saberes, os hábitos e as práticas culturais do bairro, promovendo assim, uma política de preservação e valorização do patrimônio cultural e bairros negros. 

 

Referências Bibliográficas: 

REIS, Alyne Fernanda Cardoso. Patrimônio cultural e memória do subúrbio de Madureira – RJ: o mapeamento cultural como ferramenta de valoração, 2020. 269 f. Dissertação. (Mestrado em Patrimônio, Cultura e Sociedade) – Instituto Multidisciplinar, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, 2019. Disponível em: https://rima.ufrrj.br/jspui/handle/20.500.14407/14371  . Acesso em 14 out. 2024. 

IPHAN. Inventário Nacional de Referências Culturais – INRC: Manual de Aplicação. Brasília: MINC; IPHAN; DID, 2000.

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