Música, dança, poesia, grafite. A participação dos mais variados artistas marcou a abertura da VII Semana Fluminense do Patrimônio (SFP), nesta terça-feira (7/11), no centro do Rio de Janeiro. Organizado pelas principais instituições científicas e culturais do Estado, o evento deste ano traz o tema Arte, cidade e patrimônio, que busca estimular uma reflexão sobre o espaço urbano como experiência estética e identitária e as implicações dessa experiência sobre a memória e o patrimônio.
Além de promover a valorização do patrimônio natural e cultural do estado, a Semana Fluminense de Patrimônio tem o objetivo de ampliar o conhecimento da população sobre seu patrimônio em suas mais diversas expressões e conta com diversas atividades culturais em vários pontos do estado do Rio.
Os destaques são o VII Encontro do Patrimônio Fluminense (EPF), principal fórum de reflexão e discussão pública da Semana, que acontecerá nos dias 9 e 10 de novembro, em Cabo Frio, cidade escolhida como sede do evento neste ano, e a V Mostra de Filmes Memória em movimento, com sessões gratuitas em Cabo Frio e no Rio. Confira aqui a programação completa.
Na abertura do evento, no centro histórico do Rio de Janeiro, diversos coletivos culturais promoveram atividades ao ar livre, no Sarau da Viá, com a livre participação do público ao microfone, em plena Cinelândia. Participaram da manifestação, entre outros, representantes do Bonde do Passinho, Baile Charme do Viaduto de Madureira e dos Poetas Favelados. As manifestações antecederam a cerimônia que deu início oficial às comemorações de 2017, realizada no auditório do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF).
O lançamento da VII Semana Fluminense de Patrimônio convocou para uma roda de conversa o grafiteiro Nicolau Mello, que, ao lado de outros dois colegas, produziu painéis especiais para o encontro durante as atividades na Cinelândia, Mateus Oliveira, um dos organizadores do Sarau do Viá, realizado sob um viaduto em Laranjeiras, e Cebolinha, do premiado Bonde do Passinho.
No palco do auditório do CCJF, eles debateram a importância e o legado de suas atividades artísticas. “O Sarau da Viá é uma proposta de ocupação legítima do espaço público. Numa perspectiva de reunir pessoas dos mais diferentes fronts, nós nos enxergamos como resistência” disse Mateus Oliveira. “O grafite é uma forma de evoluir com o trabalho de ateliê. Eu gosto de pintar sempre em espaços diferentes e cada vez mais trabalhar com grandes formatos”, explicou Nicolau. Cebolinha explica que o estilo criou oportunidades inesperadas: “O passinho nasceu nas favelas, não tinha pretensão de ir tão longe, mas ganhou uma proporção grande, que a gente nunca tinha imaginado. Graças ao passinho hoje eu vivo da cultura, consigo dar uma vida boa para a minha filha, e posso levar o funk, através da dança, para onde ele nunca tinha ido. Eu me apresentei no Lincoln Center, em Nova York, graças à dança”, contou Cebolinha.
Editais e lançamentos
Durante a cerimônia de lançamento da VII SFP, foram lançadas as chamadas públicas para a mostra cultural Olhares sobre o Patrimônio Fluminense – fotografia e poesia e para a realização de atividades culturais sobre o patrimônio cultural e imaterial fluminense. O evento também promoveu o lançamento do livro Misericórdia: um bairro na paisagem do Rio de Janeiro e do catálogo Tão importante, tão esquecido: o bairro da Misericórdia, organizados por pesquisadores do Museu Histórico Nacional.
A Semana
A VII Semana Fluminense do Patrimônio (SFP) é organizada pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui Barbosa, Museu do Meio Ambiente (Jardim Botânico do Rio de Janeiro), Museu de Astronomia, Museu Histórico Nacional, Museu Nacional (UFRJ) e tem o apoio institucional do Centro Cultural Justiça Federal.